Quem Somos
O Parque Social é uma organização sem fins lucrativos, que inicia seu histórico de atuação na cidade de Salvador, enfrentando os desafios atuais e inerentes às entidades que atuam no terceiro setor.
Surge assim a necessidade premente, de se construir um processo de ressignificação da instituição a partir de uma verdadeira e profunda reflexão e da análise da evolução do que se entende por ação social de relevância para o desenvolvimento de uma sociedade mais digna e justa.
Um novo olhar, um olhar além de solidário, um olhar mais amplo em que se sonhe mais alto e se trace caminhos para a realização desses sonhos.
Sonhar sim, mas sempre conduzidos por um norte, que nos oriente e nunca nos faça perder o nosso foco, sempre pensando em desenvolver um trabalho que agregue valor e seja relevante para aqueles que mais precisam, e que de fato acreditam que a superação sempre é possível, com esforço e real engajamento de todos os envolvidos no processo.
Dessa forma, no ano de 2013 foi realizado o planejamento estratégico da instituição, no qual foi definido seu foco de atuação na perspectiva de ser forte como organização, tornando irreversível sua atuação a serviço da sociedade em que se insere.
Texto de Marcelo de Jesus Arouca
O Projeto Conhecimento Itinerante finaliza sua primeira
etapa de aplicação. Iniciado no dia 05 de fevereiro deste ano, O projeto chegou
à Escola Municipal Professora Anita Barbuda com dois ônibus adaptados para
aulas de arte educação e educação digital, instrumentos pedagógicos
diversificados, planos de aula e muitas idéias nas mentes dos docentes, mas agora,
no dia 12 de junho, posso afirmar que saímos muito mais ricos do que éramos
naquele dia de fevereiro. As aprendizagens ressignificadas propiciaram
reflexões não só para as próximas ações do projeto, mas também para as nossas
vidas.
Conhecer crianças que trazem em si tamanha capacidade
criadora, que trazem a vontade de sorrir refletindo a vontade de ser feliz,
exuberando uma resiliência ímpar, me faz repensar o sentido da minha prática
docente. São muito complexos os dias dos professores. Todos os dias são
desafios infindáveis, que se estendem em contradições e conflitos que nos
provocam no âmago da nossa escolha profissional. Conflitos que nascem nas
crises vivenciadas pela sociedade em que vivemos e que invariavelmente
desembocam em nossas salas de aula. Encontramos diariamente crianças que estão em
conflitos por inúmeros motivos, e transformar estes conflitos em estimulo de
aprendizagem é uma labuta que só os docentes são capazes de entender. As
demandas encontradas pelos docentes no Anita são tão grandes quanto à sua
responsabilidade e foi neste contexto que desenvolvemos nosso trabalho. Como
professor do Coletivo Literário pude compartilhar desta responsabilidade e desde
o princípio impelido a fazer algo significativo junto à comunidade escolar.
Fomos recepcionados atenciosamente por toda a escola. Os
docentes nos apoiaram, flexibilizando horários, dialogando conosco e com os
educandos acerca da importância do projeto e sem dúvidas, foi construído um
ambiente propício à intervenção do projeto e na escola nos sentimos em casa.
Com as crianças, brincamos, cantamos, debatemos temas
relevantes às problemáticas sociais, produzimos histórias, apreciamos cordéis,
músicas, vídeos, fomos prefeitos por um dia, nos tornamos autores, ilustradores
e aprendemos muito sobre a vida e nós mesmos. Descobrimos que somos mais do que
pensamos ser.
A grande culminância do projeto, com o lançamento da
“Coleção Anita: Contos de quem pinta” foi ponto alto da nossa passagem e
traduziu todo o nosso esforço e empenho. Emocionados, choramos, sorrimos e
vimos o quão tudo ali valeu a pena, e que se preciso fosse repetiríamos
novamente sem hesitar. Agradeço a todos que passaram em nossa vida no Anita.
Esperamos ter marcado tão positivamente quanto fomos marcados.
Texto de Denilton Santos dos Reis
Comecei o projeto Conhecimento Itinerante repleto de
expectativas e muitas idéias para iniciar a primeira fase do projeto. Ao chegar
à Escola Municipal Professora Anita Barbuda, eu, professor Marcelo e professora
Kênia fomos recepcionados carinhosamente pelos pais ,funcionários, professores e
estudantes que já aguardavam ansiosos pela nossa chegada e o inicio das atividades nos
dois ônibus.
Sabemos que inícios de projetos são sempre conturbados, pois
existe a necessidade de adequar o que foi pensado e idealizado com a realidade
da escola, sua rotina, cultura e demandas. No Anita fizemos muitos ajustes
iniciais, tentamos adequar o projeto a realidade da escola e suas necessidades.
Nesse processo de adequação, fui (re)conhecendo o universo diverso que é o
Anita, sua multiplicidade de pessoas. Seus sorrisos, suas lágrimas, alegrias e
suas histórias e saberes.
Gosto sempre de afirmar que cada espaço, cada pessoa ou
grupo ensinam muitas coisas pela convivência. Aprendi muito no Anita, cada
pessoa me fez refletir o quanto é bonito, desafiador e poderoso estar em um
espaço educativo.
No Coletivo Digital fiquei responsável pelo curso de capacitação
digital, que não é um curso de informática tradicional, na verdade a
informática era apenas um instrumento que usávamos para debatermos temas da
comunidade e da sociedade. Usamos do que as crianças já sabiam de informática
para aprofundar nossas idéias, nossas leituras de mundo.
A cada nova aula, a cada novo dia que passava dentro do
Anita, era submerso em um universo de conhecimentos e aprendizagens muito
significativas para mim. Me senti parte da vida e da rotinas das pessoas que
ali estavam. Amigo dos estudantes que tive. Juntos sorrimos, aprendemos, nos
irritamos, ali construímos uma relação, uma experiência concreta e singela.
Sou um professor que tenta ao máximo ter uma relação
horizontal com cada estudante. No Anita essa minha relação se tornou algo tão
singular e rico que nunca irei esquecer dessa experiência. O que seria de um
professor se não fosse a relação com seus estudantes? Elas e eles me ensinaram muito,
cada uma e um me ensinaram a tentar ser um professor melhor e o tempo todo
repensar como eu ensino. Isso são coisas que ficam para toda vida e se é para
vida, irei lembrar toda vez que estiver em uma sala de aula. Só tenho a
agradecer imensamente a todos sem exceção por toda atenção, parcerismo e
dedicação, pois foi através desta tríade que ao final podemos perceber a
riqueza produzida nessa parceria entre Projeto e Escola.
Ao final, fizemos o lançamento dos livros do Projeto Coleção
Anita, do qual estudantes escreveram e ilustraram histórias com temas debatidos
em nossas aulas. Nesse momento pude perceber a grandiosidade e reconhecer a
relevância do projeto para todos os estudantes e a comunidade escolar. Tais
histórias tiveram final feliz. Todos tivemos um final feliz para o Projeto,
assim como disse Caio, aluno do 4º ano em sua história “As Amigas:
“[...] e finalmente
teve um final feliz”.
Texto da Educadora Kênia Gabriela
A primeira etapa do Projeto Conhecimento Itinerante que
ocorreu na Escola Municipal Professora Anita Barbuda, foi para mim uma
experiência maravilhosa. No início do Projeto C.I. quando cheguei na escola
estava cheia de expectativas de como eu sendo a auxiliar pedagógica poderia
contribuir no desenvolvimento do projeto. Ao longo das aulas quando trabalhamos
empreendedorismo social e os temas transversais com os diversos materiais
disponíveis nos coletivos, pudemos desenvolver práticas educativas que
dialogaram com a realidade social dos meninos e meninas do Anita.
Os trabalhos que nós ministramos no projeto, em todo momento
teve por premissas dar ênfase ao sentimento de empoderamento social, onde as
crianças puderam refletir sobre o seu comportamento e o seu papel como cidadão
de direitos e deveres, como cada um de nós podemos contribuir positivamente na
nossa vida e na comunidade. O retorno das crianças acerca do trabalhado
desenvolvido para mim foi esplendoroso, o sentimento de coletividade, de
cooperação, de organização, a ruptura de medos e entraves, os comportamentos,
as decisões e atitudes adotados pelos discentes no decorrer do curso expressam
como o projeto contribuiu no desenvolvimento pessoal dessas crianças,
respeitando os seus limites e particularidades.
Este trabalho me possibilitou desenvolver uma relação muito
próxima com as crianças que participaram do projeto, tenho certeza que nunca
esquecerei essa experiência maravilhosa, onde pude ensinar e aprender muitas
coisas junto a estes pequenos. Tive aprendizagens que perpassam as paredes de
uma instituição de ensino e falam muito sobre o mundo.
Agradeço ao Parque Social por ter me oportunizado esta
experiência formidável, a minha equipe em particular (Denilton, Marcelo e
Carla) pelo engajamento e coletividade, e a toda comunidade do Anita, seus
professores e funcionários, grandes parceiros sem os quais não seria possível
desenvolvermos um trabalho grandioso e encantador como foi este.
Por fim agradeço novamente a cada criança, pelo amor e
carinho destinado a mim. Vocês me ensinaram muito, vocês foram a minha primeira
experiência como educadora, desde já sinto saudades.
Nunca esquecerei de todos vocês.
Coordenadora do Projeto Carla Cristina
A equipe dos Profissionais da Escola me recebeu de forma carinhosa e acolhedora, as crianças, mesmo sem saber o que iria acontecer, também fizeram aquela recepção que só elas conseguem fazer.... por todos estes aspectos, fui feliz em escolher a Anita para ser a primeira Escola a receber o Projeto Conhecimento Itinerante. Hoje é com muita alegria e emoção que me despeço desta maravilhosa parceria que construímos juntos.
Passamos por algumas dificuldades, mas graças a Deus, conseguimos superar juntos e realizar um lindo trabalho. Meus sinceros agradecimentos, ao meu querido e hoje amigo Diretor Paulo Estefam, minhas queridas Vices–Diretoras Cláudia Vilella e Marjore Fagundes, Paola, Margareth, os Professores e toda Equipe da Escola. Obrigada, pela compreensão, confiança, carinho e respeito. Sinto-me realizada em poder trabalhar com uma equipe de tanta credibilidade e competência.
“ Em qualquer lugar por onde eu andar, vou lembrar de você...”